NEM TUDO PASSA, eis uma verdade não dita. A gente cresce acreditando que tudo passa. A dor do arranhado no joelho passa com assopro, carinho e, quem sabe, um sorvete.
A dor do amor não correspondido passa, porque o tempo também passa, e com eles vão-se os dias de agora, e outros que já se foram.
Passa a saudade de alguém distante, esquece-se e por isso passa também a dor da saudade irremediável de quem se foi pra sempre.
Passa a tempestade, porque é da natureza das coisas que depois dela venha a bonança. Passa o outono, pra que depois dele venha a primavera e volte a florir e a colorir o que o tempo, na sua faina de passar, fez cair.
Mas HA AQUILO QUE NÃO PASSA, porque é necessário que fique, porque é essencial que permaneça em nós, porque não seria possível sermos quem somos, sem as marcas daquilo que o tempo não leva consigo.

Nem tudo passa, e graças a Deus que não. O que seria de nos sem aquilo que aprendemos com a vida, com a dor, já que o que doi é o que, de fato, importa, e que não deve passar, que deve, por obrigação, permanecer, pra que a gente não esqueça jamais.